Júlio Verne

20 mil léguas submarinas

Sinopse: Em 1866, o Professor Pierre M. Aronnax e seu assistente Conseil, que estão em São Francisco para pesquisar relatos de um monstro marinho gigante atacando navios no Oceano Pacífico, são convidados a participar de uma expedição para procurar a criatura. Durante a busca, eles e o arpoador Ned Land são lançados ao mar durante um ataque, acabando por descobrir que o monstro é na verdade um submarino pilotado pelo brilhante, mas assombrado, Capitão Nemo.

Resenha:

20 Mil Léguas Submarinas conta a história do Náutilus, um submarino muito a frente do seu tempo, comandado pelo Capitão Nemo. A história se passa no final da década de 1860 e é narrada pelo Professor Aronnax que, junto com o seu assistente, Conselho, e um arpoador, Ned Land, acaba sendo aprisionado pelo Capitão durante sete meses e meio. O livro foi publicado em 1870 e faz parte da série de Viagens Extraordinárias do Júlio Verne.

O que eu mais gosto desse livro é o equilíbrio perfeito entre ficção científica e humor, e provavelmente foi isso que me fez gostar tanto da história quando eu era criança. Eu me lembro de querer ser escritora muito antes de ler Júlio Verne, mas a primeira memória que eu tenho de pegar um livro de verdade e ler foi com o 20 Mil Léguas. Era uma edição da Disney, superfofinha e ilustrada, que eu devo ter lido e relido mais de dez vezes. Não sei porquê, mas eu nunca tinha parado para pensar que aquela não era a edição verdadeira do livro. Só me dei conta realmente disso quando vi numa livraria a edição definitiva lançada no Brasil pela Zahar em 2012.

Esta edição, além de ser linda, em capa dura e totalmente comentada, traz também as ilustrações originais da publicação do Verne. Ou seja, é um livro que nem precisa ser colecionador pra querer ter na estante. Eu tinha uma memória afetiva muito forte desse livro, mas como seria, de certa forma, a minha primeira vez lendo ele todo, eu fiquei com um pouco de medo de não gostar e estragar um pedaço da minha infância. Ainda bem que isso não aconteceu! Inclusive, eu acho que não teria gostado muito da história se tivesse lido o livro completo quando eu era criança, já que ele tem várias tiradinhas e detalhes que eu não entenderia antes.

Por se tratar de Júlio Verne e de um livro que se passa embaixo do mar, a descrição da biologia é muitas vezes bem maçante, mas eu imagino que quem se interessa por biologia marinha vá gostar dessas partes, da mesma forma que eu fiquei fascinada pelas descrições que ele faz da geologia. Além disso, como eu falei no começo, o humor é utilizado nas doses certas e, geralmente, ele vem pra quebrar a monotonia dessas descrições. Um charme a mais do livro é que ele se embanana bastante com as datas, e, nesta edição comentada, o tradutor colocou uma nota no rodapé corrigindo o erro todas as vezes.

O final é um pouquinho decepcionante, porque ele não explica exatamente como eles conseguiram escapar do Náutilus. Por outro lado, os destinos do Capitão Nemo, sua tripulação e submarino também não foram revelados, e isso eu achei muito legal, já que fica totalmente por conta da imaginação do leitor. A escrita é bem gostosa, dá pra ler rapidinho, a única coisa que me atrasou e cansou mesmo foram as descrições da fauna e da flora marinhas.

Do Júlio Verne, além do 20 Mil Léguas, eu só li Viagem ao Centro da Terra, que também faz parte das Viagens Extraordinárias. A história narrada pelo Professor Aronnax sempre teve um lugarzinho muito especial dentro do meu coração, mas, como geóloga, a viagem ao núcleo, por mais fictícia que seja, deixa meus olhinhos brilhando! Chega a ser doloroso pensar em escolher um dos livros, então eu vou evitar fazer comparações aqui, mas eu dei quatro de cinco estrelinhas para o 20 Mil Léguas Submarinas no Goodreads.

Júlio Verne

Viagem ao centro da terra

Durante uma expedição na Islândia, o professor Trevor Anderson, o seu sobrinho Sean e sua guia Hannah ficam presos em uma caverna. Enquanto seguem sua rota de fuga mais abaixo da superfície da Terra, eles passam por lugares estranhos e encontram criaturas incríveis, incluindo dinossauros. Porém como a atividade vulcânica à sua volta aumenta, eles percebem que devem encontrar o seu caminho para fora rapidamente.

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resenha: Júlio Verne sem sombra de dúvidas era um escritor à frente do seu tempo que escreveu grandes livros e bem detalhados para a época em que os publicou e Viagem Ao Centro da Terra não é diferente. Verne era detalhista ao elaborar e criar cenários; aqui por exemplo ele fez uso de concepções e conhecimentos científicos, deixando o livro ainda mais interessante e fascinante com o emprego desse conhecimento. É exatamente pelo emprego dessa ciência que Verne é considerado um dos pais da ficção científica. Viagem é um livro envolvente e prazeroso de ser ler, pois o autor aguça a nossa imaginação e curiosidade no decorrer da leitura e nos leva para uma viagem sem limites ao centro da Terra.

Outro aspecto que preciso ressaltar são os personagens apresentados pelo autor. Otto é um homem rude, ansioso e determinado que quer enfrentar os obstáculos que surgem em seu caminho o quanto antes buscando viver a vida de forma intensa. O seu sobrinho Axel demonstra ser um homem com pouca coragem para enfrentar o desconhecido, além disso é uma pessoa calculista e sempre pensa bastante antes de fazer algo. Por fim, o guia é um homem indiferente, que não liga para nada e só deseja receber o prometido pagamento ao fim da viagem. Mas ele demonstra ter experiência e força de vontade, aspectos úteis para o sucesso dessa grande aventura.

Viagem ao Centro da Terra é um livro que podemos ler em uma “sentada”, tamanha é a qualidade da trama e que ainda conta com um final que nos surpreende. Verne também aborda em seu livro temas interessantes e outros importantes como fenômenos físicos, mineralogia e geologia, assim como temas ligados a fé, a necessidade e a busca incessante do homem pelo conhecimento, o enfrentamento do desconhecido, a arrogância e a necessidade em querer dominar determinada situação, quando na verdade nós é que realmente somos dominados por ela. Super recomendo a leitura de “Viagem ao Centro da Terra” para você que quer ler uma grande aventura e um livro divertido, mas que também deseja ler um grande clássico e é isso que Verne nos apresenta.

Júlio Verne

Quem foi Júlio Verne?

Júlio Verne nasceu em Nantes,  na França, em 8 de fevereiro de 1828. Fugiu de casa com 11 anos para ser grumete e depois marinheiro. Localizado e recuperado, retornou ao lar paterno. Em um furioso ataque de vergonha por sua breve e efêmera aventura, jurou solenemente (para a sorte de seus milhões de leitores) não voltar a viajar senão em sua imaginação e através de sua fantasia. Promessa que manteve em mais de oitenta livros.

Sua adolescência transcorreu entre contínuos choques com o pai, para quem os desejos exploratórios e literárias de Júlio pareciam totalmente ridículos.
Finalmente conseguiu mudar-se para Paris onde entrou em contato com os mais prestigiados literatos da época. Em 1850 concluiu seus estudos jurídicos e, apesar da insistência do pai para que voltasse a Nantes, resistiu, firme na decisão de tornar-se um profissional das letras.
Foi por esta época que Verne, influenciado pelas conquistas científicas e técnicas da época, decidiu criar uma literatura adaptada à idade científica, vertendo todos estes conhecimentos em relatos épicos, enaltecendo o gênio e a fortaleza do homem em sua luta por dominar e transformar a natureza.
Em 1856 conheceu Honorine de Vyane, com quem casou em 1857.
Por essa época, era um insatisfeito corretor na Bolsa, e resolveu seguir o conselho de um amigo, o editor P. J. Hetzel, que seria seu editor in eternum, e converteu um relato descritivo da África na obra Cinco semanas em um balão (1863). Obteve êxito imediato. Firmou um contrato de vinte anos com Hetzel, para o qual, por 20.000 francos anuais, teria de escrever duas novelas de novo estilo por ano. O contrato foi renovado por Hetzel e, mais tarde, por seu filho. E assim, por mais de quarenta anos, as Voyages Extraordinaires (as Viagens Extraordinárias, como são chamadas as obras desse período do escritor) apareceram em capítulos mensais na Magasin D’éducation et de Récréation (Revista de Educação e Recreação).
Nada mais justo, também, que o novo estilo literário inaugurado por Júlio Verne, fosse utilizado por uma nova arte que surgia: o cinema. Da Terra à Lua (Georges Mélies, 1902), La Voyage a travers l’impossible (Georges Mélies, 1904), 20.000 lieus sous les mers (Georges Mélies, 1907), Michael Strogoff (J. Searle Dawley, 1910), La Conquête du pôle (Georges Mélies, 1912) foram alguns dos primeiros filmes baseados em suas obras. Foram inúmeros.
A volta ao mundo em 80 dias foi filmado em 1956, com enredo milionário, dirigido por Michael Anderson, música de Victor Young, direção de fotografia de Lionel Lindon. David Niven fez Phileas Fogg, Cantinflas, Passepartout, Shirley MacLaine, Aouda. Em 1989, foi aproveitado para uma série de TV, com a participação da BBC, dirigida por Roger Mills. No mesmo ano, outra série de TV, agora nos Estados Unidos, dirigida por Buzz Kulik, com Pierce Brosnan (Phileas Fogg), Eric Idle (Passepartout), Julia Nickson-Soul (Aouda), Peter Ustinov (Fix).
Apesar de tudo, a vida de Verne não foi fácil. Por um lado sua dedicação ao trabalho minou a tal ponto sua saúde que durante toda a vida sofreu ataques de paralisia. Como se fosse pouco, era diabético e acabou por perder vista e ouvido. Seu filho Michael lhe deu os mesmos problemas que dera ao pai e, desgraça das desgraças, um de seus sobrinhos lhe disparou um tiro à queima-roupa deixando-o manco. Sua vida afetiva também não foi das mais tranquilas e todos os seus biógrafos admitem ter tido uma amante, um relacionamento que só terminou com a morte da misteriosa dama.
Verne também se interessou pela política, tendo sido eleito para o Conselho de Amiens em 1888 na chapa radical, reeleito em 1892, 1896 e 1900.
Júlio Verne morreu em 24 de março de 1905.